O Grupo E é o único grupo “normal” na Liga dos Campeões. Ou seja, é o único grupo que apesar das trapalhadas com a constituição dos potes, continua a ter uma equipa de cada pote, quer pelo método novo quer pelo método antigo.
O Barcelona vive a melhor era da sua história. Nas 50
primeiras edições da Taça/Liga dos Campeões, apenas venceu por uma vez, em
1991/1992. Nas últimas 10 edições venceu por 4 vezes.
A última vitória, na época passada, foi a melhor das quatro.
O Barcelona venceu 11 dos 13 jogos, incluindo 9 vitórias seguidas, igualando um
record de vitórias consecutivas de 2002/2003 (onde acabou por não vencer, ao
contrário desta época).
Conseguirá esta equipa tão fantástica defender o seu título,
algo que não acontece na Taça/Liga dos Campeões Europeus desde 1989-1990 quando
o AC Milão ganhou duas vezes seguidas?
Para já a equipa não foi reforçada, está proibida de
contratar jogadores. Saíram jogadores como Xavi e Pedro. Mas a proibição
termina em Janeiro, por isso supondo que o Barcelona se qualificará para os
oitavos de final, já poderá contratar novos jogadores para os jogos daí
adiante.
Para uma equipa que venceu quatro das últimas dez edições, e
atingiu as meias finais em oito destas edições, e passou sempre a fase de
grupos neste período, colocar-se a hipótese de não passar da fase de grupos
esta época parece absurdo.
Senão vejamos o historial do Barcelona contra os
adversários: contra o Bayer Leverkusen, em seis jogos, uma derrota (no primeiro
jogo, em 2001) e cinco vitórias. Da última vez que se defrontaram, nos oitavos
de final em 2011/2012, o resultado acumulado foi de 10-2!
Contra a Roma a história até é negativa, em 2001/2002, com
um empate em casa e uma derrota fora (ainda assim o Barcelona ganhou o grupo e
a Roma foi eliminada).
Finalmente, contra o BATE Borisov, duas vitórias em
2011/2012, por um resultado total de 9-0!
O Barcelona deverá ganhar o grupo, tal como aconteceu em
nove das últimas dez temporadas (a excepção foi em 2006/2007 quando ficou em
segundo lugar atrás do Chelsea).
Pela segunda época consecutiva, o Bayer Leverkusen teve de
disputar uma pré-eliminatória para se qualificar.
Desta vez não foi tão fácil como na época passada, onde o
Bayer Leverkusen ganhou os dois jogos ao FC Copenhaga, por um resultado
acumulado de 7-2. Contra a Lazio, perdeu a primeira mão em Itália por 0-1, mas
depois conseguiu recuperar em casa, vencendo por 3-0.
Esta será a décima participação do Bayer Leverkusen na Liga
dos Campeões, a terceira consecutiva.
O clube tem o hábito de ultrapassar fases de grupos, na Liga
dos Campeões ou na Liga Europa/Taça UEFA. A última vez que tal não aconteceu
foi na Liga dos Campeões em 2000/2001.
Além do já referido historial contra o Barcelona, também
defrontou a Roma em 2004/2005, vencendo em casa por 3-1 e empatando 1-1 em
Itália.
Comparando com a época passada, a saída de Son Heung-Min
para o Tottenham por 30M€ será difícil de colmatar. Ainda jogou a primeira mão
do playoff contra a Lazio, mas na segunda, já sem ele, o Bayer Leverkusen
conseguiu triunfar.
Também saíram mais jogadores importantes, como Castro (para
o Borussia Dortmund por 11M€), Drmic (para o Borussia Monchengladbach por
10M€), ou ainda Spahic, Rolfes, Reinartz e Kruse.
A contratação mais relevante foi Javier Hernández, do
Manchester United por 12M€. A época passada foi a segunda pior da história do
clube em termos ofensivos, apenas marcou oito golos em oito jogos (felizmente
defensivamente foi a melhor, sofrendo apenas cinco). Espera-se que Javier
Hernández ajude o clube a marcar mais golos (e também Mehmedi, que já marcou à
Lazio).
Além de Javier Hernández e Mehmedi (por 8M€ ao Freiburg), as
outras contratações foram Tah (7,5M€ ao Hamburgo), Ramalho, Kramer, Ryu Seung-Woo
e Kampl (11M€ ao Borussia Dortmund).
A equipa não tem muita experiência na Liga dos Campeões,
apenas 210 jogos, muito longe dos 747 do Barcelona, longe dos 405 da Roma, e
até o BATE Borisov está próximo com 205.
Na época anterior eram mesmo a equipa mais inexperiente do
seu grupo, e não os impediu de atingir os oitavos de final.
A Roma qualificou-se diretamente para a Liga dos Campeões
pela segunda época consecutiva, e desta vez conseguiu subir um pote sem sequer
jogar, com as eliminações do Basileia contra o Maccabi Telavive, e na ronda
anterior do Ajax contra o Rapid Viena.
A época passada começou muito bem (com uma vitória por 5-1
contra o CSKA Moscovo, a maior na história do clube) e acabou muito mal
(perdendo em casa contra o Manchester City num jogo que só precisava de empatar
0-0, e depois na Liga Europa perdendo em casa contra a Fiorentina por 0-3
depois de ter empatado 1-1 fora).
Nesta época a equipa mudou ligeiramente, sem movimentar muito
dinheiro. Szczesny chegou por empréstimo do Arsenal, Rudiger por empréstimo do
Estugarda (4M€), Digne por empréstimo do Paris Saint-Germain (2,5M€), Vainqueur
foi contratado ao Dínamo Moscovo por 3M€, Iago Falqué contatado ao Génova por
1M€, Salah por empréstimo do Chelsea (5M€), e Dzeko por empréstimo do
Manchester City (4M€).
A Roma terá de pagar muito mais por estes jogadores se
quiser mantê-los no final da época.
Saíram Skorupski, Curci, Holebas, Spolli, Yanga-Mbiwa,
Astori, Ashley Cole, Paredes, Verde, Doumbia, Ljajic e Ibarbo, conseguindo a
Roma 14,25M€ por estes jogadores, um pouco abaixo dos 19,5M€ que custaram as
contratações.
Historicamente a Roma ultrapassa a fase de grupos da Liga
dos Campeões, fê-lo em seis das oito participações anteriores, mas aqui as
exceções talvez sejam mais relevantes.
A primeira excepção foi em 2004/2005, quando estava no grupo
do Bayer Leverkusen, tal como agora.
A segunda excepção foi na época passada, a mais relevante
para ver o valor “actual” da equipa (as restantes participações foram todas
entre 2001 e 2011, e dessas equipas apenas De Rossi e Totti se mantêm no
clube).
Há ainda outro facto desfavorável à Roma. O seu treinador
Rudi Garcia nunca ultrapassou na fase de grupos da Liga dos Campeões: pela Roma
na época passada, e antes disso pelo Lille em 2011/2012 e 2012/2013, onde até
atrás do BATE Borisov ficou.
O BATE Borisov está a tornar-se um participante habitual da
Liga dos Campeões. Esta será a quinta participação em oito épocas.
Como já é habitual, teve de disputar três pré-eliminatórias
para se qualificar. Na primeira eliminou o Dundalk com uma vitória por 2-1 em
casa e um empate 0-0 na Irlanda. Na segunda eliminou o Videoton com um empate
1-1 na Hungria e uma vitória por 1-0 em casa. Finalmente, na última eliminou o
Partizan Belgrado com uma vitória por 1-0 em casa e uma derrota por 1-2 na
Sérvia, num jogo em que marcou primeiro, o Partizan Belgrado empatou com um
autogolo e só marcou o segundo golo já nos últimos instantes.
Os próximos três adversários serão bem mais difíceis que o
Dundalk, Videoton e Partizan Belgrado.
Nas quatro participações anteriores, o BATE Borisov nunca
perdeu os jogos todos, mas nas duas primeiras não conseguiu ganhar um único
jogo (o melhor que conseguiu foram cinco empates). A primeira vitória foi em
2012 contra o Lille, treinado por Rudi Garcia, atual treinador da Roma.
Seguiu-se nova vitória contra o Bayern Munique (que viria a ser campeão europeu
nessa época), mas depois o BATE Borisov perdeu os cinco jogos seguintes, até
vencer novamente, na época passada, o Athletic Bilbau por 2-1. Depois dessa
vitória perdeu os quatro jogos seguintes, sofrendo 17 golos e não marcando um
único.
Conseguirá o BATE Borisov vencer novamente um jogo?
Conseguirá evitar o último lugar do grupo?
Previsão:
1. Barcelona
2. Bayer
Leverkusen
3. Roma
4. BATE
Borisov
Sem comentários:
Enviar um comentário