O Grupo F é provavelmente o grupo mais previsível, com as distâncias entre as equipas a serem tão grandes que dificilmente acontecerão surpresas.
Depois de calhar no grupo do Manchester City e do CSKA
Moscovo nas duas épocas anteriores, o Bayern Munique irá defrontar adversários
novos: o Arsenal, que também é um adversário habitual mas em fases mais
avançadas, o Olympiakos e o Dínamo Zagreb.
Curiosamente, apesar de serem participantes habituais, Bayern
Munique (199 jogos) e Olympiakos (104) nunca se defrontaram anteriormente. O
Bayern Munique também nunca defrontou o Dínamo Zagreb, que não participa tão
frequentemente (24 jogos).
Contra o Arsenal, quantitativamente até pode haver algum
equilíbrio (em oito jogos, o Bayern Munique venceu quatro, empatou dois e
perdeu dois), mas qualitativamente o Bayern Munique avança sempre e o Arsenal é
sempre eliminado, excepto na primeira vez, em 2000/2001, onde era uma segunda
fase de grupos e avançaram os dois para os quartos de final.
O Bayern Munique atingiu sempre pelo menos as meias finais
nas últimas quatro épocas, e será uma grande decepção se não o fizer novamente.
Aliás, será uma grande decepção se ficar novamente pelas meias finas, tal como
nas duas épocas anteriores.
A grande contratação foi Vidal, um dos melhores jogadores da
Juventus, por 37M€. Da Juventus também veio Coman por 7M€, mas este
praticamente não jogava na Juventus e no Bayern Munique não será muito
diferente. A segunda contratação mais cara e mais importante foi Douglas Costa,
do Shakhtar Donetsk por 30M€. As restantes contratações são secundárias,
Ulreich e Kimmich, ambos do Estugarda, por 3,5M€ e 8,5M€ respetivamente, e os
regressos dos emprestados Kirchhoff e Green.
A saída mais importante foi a de Schweinsteiger, para o
Manchester United por 18M€. Terá sido bem substituído por Vidal, mas era um
símbolo do clube, o segundo jogador com mais jogos pelo clube na Liga dos
Campeões, 89, apenas atrás de Kahn. Também saíram Reina, Dante, Weiser, Pizarro
e Kurt.
Apesar da saída de Schweinsteiger, o Bayern Munique tem o
plantel mais experiente da Liga dos Campeões, com 873 jogos. O Arsenal tem 692,
o Olympiakos 222 e o Dínamo Zagreb apenas 29.
Será interessante ver como conseguirá Josep Guardiola
aproveitar todos estes recursos. Tácticas “invulgares” para não ficar “ninguém”
de fora, ou jogadores a jogarem fora de posição…
Faça o que fizer, dificilmente o Bayern Munique não ganhará
o grupo, e é praticamente impossível ser eliminado (só aconteceu por uma vez em
18 participações, em 2002/2003, com o Lens, AC Milão e Deportivo da Corunha).
O Arsenal irá jogar a Liga dos Campeões pela 18ª época
consecutiva, e irá provavelmente ultrapassar a fase de grupos pela 16ª vez
consecutiva.
O Arsenal está para o Bayern Munique assim como o Olympiakos
está para o Arsenal. Também se defrontam frequentemente, quantitativamente até
há algum equilíbrio (em seis jogos, o Arsenal venceu os três em Inglaterra e
perdeu os três na Grécia), mas qualitativamente o Arsenal avança sempre, e o
Olympiakos não (só avançou na primeira vez, em 2009/2010, em segundo lugar do
grupo atrás do Arsenal).
Pelo método antigo, o Arsenal teria evitado o Bayern Munique
na fase de grupos, e teria certamente melhores hipóteses de vencer o grupo, se
em vez do Bayern Munique o adversário fosse Paris Saint-Germain, Valência,
Juventus, Zenit, Bayer Leverkusen ou Shakhtar Donetsk.
Mas esteja em que grupo estiver o Arsenal avança sempre,
parece tão fácil como depois parece tão difícil ir mais além (nas cinco épocas
anteriores o Arsenal foi sempre eliminado nos oitavos de final).
O Arsenal esteve quieto no mercado de transferências, ao
contrário da época anterior em que gastou mais de 100M€ em contratações. Desta
vez a única contratação relevante foi o guarda-redes Cech, do Chelsea por 14M€.
Também não houve nenhuma saída relevante, a equipa é basicamente a mesma que na
época passada ficou em segundo lugar na fase de grupos atrás do Borussia
Dortmund, e depois foi eliminada pelo Mónaco nos oitavos de final.
O treinador também é o mesmo desde a estreia em 1998/1999,
Arsène Wenger. Se para o Bayern Munique ser “só” semifinalista novamente parece
inaceitável, já para o Arsenal ultrapassar a fase de grupos pela 16ª vez
consecutiva, e qualificar-se para regressar na próxima época, parece ser
suficiente.
O Olympiakos foi das equipas mais activas no mercado de
transferências. O treinador é agora Marco Silva, que sucedeu a Vítor Pereira (que
nem chegou a treinar o Olympiakos na Liga dos Campeões, apenas na Liga Europa).
E doze dos 22 jogadores do plantel são novos: do plantel
anterior sobram Roberto, Elabdellaoui, Siovas, Masuaku, Botía, Maniatis,
Domínguez, Kasami, Milivojevic e Fortounis.
Foram contratados Kapino (2M€ ao Mainz), Manuel da Costa
(2M€ ao Sivasspor), Vouros, Leandro Salino, Bouchalakis, Pardo (2,5M€ ao
Braga), Cambiasso (ao Leicester), Pulido (ao Levadiakos), Finnbogason (à Real
Sociedad), Sebá (1,8M€ ao Estoril), Hernâni (1M€ ao FC Porto) e Brown (5,42M€
ao West Bromwich).
Saíram Megyeri, Giannoulis, Felipe Santana, Avlonitis,
Ndinga, Afellay, Durmaz, Fuster, Dossevi, Benítez, Mitroglou, Diamantakos e
Vergos.
Já é habitual o Olympiakos fazer várias alterações com algum
sucesso. Na época passada ganhou os três jogos em casa e lutou até ao último
minuto pela qualificação num grupo com o finalista vencido da época anterior (Atlético
Madrid) e o futuro finalista vencido (Juventus). E na época anterior conseguiu
mesmo qualificar-se à frente do Benfica (que na época anterior tinha sido
finalista vencido da Liga Europa e nessa época voltaria a sê-lo).
Esta capacidade do Olympiakos, de dificultar e às vezes até
mesmo derrotar finalistas recentes, não fazem dele uma equipa capaz de também
atingir finais. Pelo menos nunca o fez, o mais próximo que esteve foi nos
quartos de final da Liga dos Campeões em 1998/1999 (e antes disso nos quartos
de final da Taça das Taças em 1992/1993).
Mesmo ultrapassar a fase de grupos é historicamente
complicado para o Olympiakos, nas 16 participações anteriores só conseguiu
fazê-lo em 4 vezes. 4 em 16, 25%, é provavelmente maior que a hipótese que terá
de fazê-lo novamente esta época, com adversários como o Bayern Munique e o
Arsenal.
O aparentemente acessível Dínamo Zagreb (que o Olympiakos
derrotou por 2-0 em casa e empatou 1-1 fora em 1998/1999, a primeira vez que
conseguiu mais além) dá-lhes pelo menos a expectativa de ficar em terceiro
lugar, e regressar à Liga Europa, para aí tentar ir mais longe contra
adversários mais acessíveis.
O Dínamo Zagreb foi a única equipa do grupo que teve de
disputar as pré-eliminatórias para se qualificar.
Na primeira empatou em casa por 1-1 contra o Fola, mas depois
recuperou e venceu no Luxemburgo por 3-0. Na seguinte voltou a empatar 1-1 em
casa, contra o Molde, e depois empatou 3-3 na Noruega, num jogo em que esteve a
vencer por 3-0, mas quase perdeu a vantagem enorme que teve (o Molde falhou
mesmo dois penalties e marcou o terceiro golo já em inferioridade numérica).
A última eliminatória foi mais calma, desta vez primeiro
fora, na Albânia, o Dínamo Zagreb derrotou o Skenderbeu por 2-1, e depois venceu
novamente em casa, por 4-1.
Os próximos três adversários serão bem mais difíceis que o
Fola, Molde e Skenderbeu.
Qualquer grupo parece ser difícil para o Dínamo Zagreb, o
problema é muito mais próprio do que os adversários que tem pela frente.
Na época passada, na Liga Europa contra o Astra Giurgiu,
Celtic e FC Salzburgo, não foi capaz de ir mais além. Na época anterior, também
na Liga Europa contra Chernomorets Odesa, Ludogorets e PSV Eindhoven, nem
sequer conseguiu vencer um único jogo.
Antes disso disputou duas fases de grupos da Liga dos
Campeões, onde perdeu onze jogos consecutivos, até finalmente conseguir um
empate no 12º.
E antes disso foi eliminado nas fases de grupos da Taça
UEFA/Liga Europa durante mais quatro épocas consecutivas.
Se o Dínamo Zagreb conseguisse interromper a série que já
vai em 15 jogos seguidos sem vitórias na Liga dos Campeões já seria um sucesso.
O seu jogador mais experiente na Liga dos Campeões é Paulo
Machado, com 10 jogos, curiosamente ao serviço do Olympiakos. Além de Paulo
Machado, também Ivo Pinto (6 jogos), Pivaric (6) e Ademi (7) têm experiência na
Liga dos Campeões, os dois últimos pelo Dínamo Zagreb, são os jogadores que
restam da equipa de 2012/2013.
Se a equipa é quase totalmente diferente da de 2011-2013,
talvez os resultados também possam ser diferentes (melhores).
Previsão:
1. Bayern Munique
2. Arsenal
3. Olympiakos
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